Nascido em Ubatuba (SP), o caiçara Rapha Lopes driblou a infância pobre descobrindo a vida e o que mais gostava de fazer. Dividia seu tempo entre o mar, surfando as ondas do litoral paulista, e a areia, fazendo todos os tipos de trabalhos informais para complementar a renda em casa. Entre um trabalho e outro, se encontrou nas tatuagens de henna. Rapha era conhecido nas areias por ser um menino de apenas dez anos, canhoto e com uma habilidade incrível com as mãos. Aos 15 anos, veio para o Rio de Janeiro tentar mais oportunidades.

Aos 19, começou a trabalhar em uma faculdade carioca para garantir uma bolsa integral no curso de Desenho Industrial. O reencontro com a tatuagem aconteceu através de um amigo de classe, mas dessa vez não mais de mentirinha como nas tintas de henna. Em 2014, recebeu de sua esposa o presente que mudou a sua vida para sempre: a primeira maquininha elétrica de tatuagem. A partir daí, o apartamento kitnet habitado pelo casal e seu filho, passou a viver cheio de amigos bem loucos querendo uma tatuagem. Rapha recebeu muitos “nãos” de profissionais da área em seu início de carreira e, por isso, decidiu buscar seu aprimoramento sozinho. Arriscando um pouco daqui, assistindo alguns vídeos dali, não demorou muito para adquirir técnica e se destacar.

Hoje o trabalho de Rapha Lopes é de uma essência única, baseado em técnicas como fineline, pontilhismo, geometria, e, principalmente, carregado de histórias de vidas reais de pessoas de cada canto do planeta. Atualmente uma referência mundial, é penta campeão em sua categoria pela Tattoo Week – a maior convenção de tatuagens do mundo -, faz parte do seleto grupo de artistas patrocinados pela marca alemã Cheyenne Tattoo Equipment e é também mentor e professor de milhares de artistas pelo país. Além disso, o trabalho único de Rapha, que tem como principal objetivo transmitir em arte na pele a história e essência de cada cliente, caiu nas graças de personalidades públicas como Rodrigo Hilbert, Fernanda Lima, o campeão de surfe Felipe Toledo, o ícone do rock nacional Paulo Ricardo, dentre milhares de fãs que hoje o seguem, nutrindo o desejo por seus traços em uma obra que foge do óbvio, impacta, provoca, emociona e desafia o público diante de um imaginário inteiro de interpretações.

METODOLOGIA DE TRABALHO
Aplicando conceitos também presentes na psicanálise, Rapha extrai de cada cliente as informações primordiais para desenvoltura de sua criação. É a partir de uma conversa de aproximadamente 1 hora que a mágica acontece. Nesse momento ele grifa a importância de escutar, e não apenas ouvir; de ver, e não apenas enxergar. Cada palavra que se forma e é jogada ao ar importa. Cada expressão facial indica algo. Cada expressão corporal o faz refletir. Do sucesso dessa comunicação e, após um processo de aproximadamente 2 horas, ele retorna com seu Ipad em mãos e voilá! O ateliê é preenchido por uma explosão de emoções e sentimentos, mas de longe, o maior deles é o de PERTENCIMENTO.